Dia
22 de Fevereiro
Carta
02
183. Disse que chegou um momento em que comecei a perceber mais
claramente que estava desperdiçando a minha vida. Queria mudar e senti
fortemente que deveria ir até João Batista como ponto de partida, para começar
uma nova forma de vida.
184. Descrevi o que aconteceu durante o batismo e minhas seis
semanas no deserto. Expliquei que todos os meus pensamentos, crenças, atitudes,
arrogância e rebeldia prévia foram paulatinamente limpos de minha consciência,
185. enquanto passava pelas profundas revelações e visões que me
mostraram a “Realidade” que eu agora chamava de “Pai”. Expliquei a natureza do
“Pai” e que esta “Natureza Divina” era constituída também da Vontade Divina.
186. Disse que era o próprio homem
que em seu íntimo se afastava do “Pai”, por seu pensamento errôneo e
comportamento equivocado e que somente o homem, primeiro pelo arrependimento e
logo depois pela limpeza mental-emocional, poderia encontrar seu próprio caminho de volta ao pleno
contato com o “Pai”.
187. Quando isso se cumprisse, a
plena Natureza do “Pai” seria liberada dentro da mente, coração, corpo, alma no ambiente e nas
experiências da pessoa.
188. Quando isso se
produzisse, tal pessoa entraria no Reino dos Céus governado pelo “Pai” e o
Reino dos Céus se estabeleceria na consciência da pessoa. Ela atingiria então o
propósito de sua existência.
189. Enquanto conversava com meus discípulos, via suas reações
refletidas em seus rostos. Toda dúvida havia desaparecido, havia agora um
resplandecer de luz de compreensão e alegria. Esses jovens tornaram-se fiéis
entusiastas e exclamaram: “Estas sim são boas-novas”!
190. Entretanto, após a aceitação de tudo o que eu dissera,
houve momentos em que se perguntavam se seria verdade tudo aquilo que eu havia
dito. Entendi aquilo. Dispor-se a desfazer-se da imagem de “Jeová”, tão
profundamente gravada em suas mentes, requeria uma grande dose de coragem.
191. Havia momentos em que falavam entre si e questionavam quem
era este homem que pretendia tais maravilhas. E se viessem comigo e afinal eu
fosse realmente um mensageiro de Satanás?
192. Eles seriam severamente castigados por Jeová. Eles tinham
muito a perder – sua posição na sociedade como jovens, homens sóbrios e
trabalhadores, sua reputação como comerciantes e artesãos,
193. a perda de suas rendas e o maior obstáculo de todos: a
provável ira e rejeição de suas famílias. O que eles receberiam em troca?
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