Dia 16 de Julho

 

Dia 16 de Julho

Carta 6

316. Judas me olhou longamente e vi a dor e indecisão em seus olhos. Ele estava repensando o assunto, porém o meu tempo havia chegado e eu queria terminá-lo de uma vez. “Vá”, disse com dureza. Judas levantou-se e saiu da sala.

317. Os discípulos ficaram surpresos pela maneira como eu falava e perguntaram o que Judas iria fazer. “Vai dizer ao Sumo Sacerdote onde me encontrar. Vão crucificar-me – exatamente como eu falei para vocês”.

318. Observei, com certo cinismo doloroso, as expressões de seus rostos – dúvida, sobressalto, terror. Logo, brotou uma torrente de perguntas ressentidas. O que iria acontecer a eles? Eles tinham deixado suas casas e famílias por mim.

319. Se eu fosse crucificado como um delinquente comum, eles perderiam uma vida de liberdade e segurança. Eu então disse que iriam me abandonar. Com veemência negaram tal coisa – mas o fizeram.

320. Estava demasiado cansado para discutir com eles. Eu tinha me tornado tão forte, tão seguro no conhecimento de que o “Pai” estava em mim – e comigo – a todo instante, que eu podia me dar ao luxo de perdoar a deslealdade deles.

321. E, ao final de tudo isso, seria liberado de meu corpo e poderia ascender aos reinos de Luz, que eu tinha frequentemente sentido, mas nunca visto em plenitude com a visão terrena. Era um pensamento que me trazia profundo consolo e uma feliz sensação de expectativa.

322. Então sorri para eles e disse: “É bom que tenham feito o que pedi, em lembrança de mim e de minha morte, que está por vir.

323. Continuem partindo o pão e bebendo o vinho juntos, recordando que sempre os amarei e que ficarei com vocês em espírito, até que se reúnam comigo aonde vou. Não tenham medo, vocês serão guiados, serão inspirados, serão fortalecidos e falarei claramente com vocês”.

324. A minha única advertência é esta: no futuro, muito do que tenho ensinado a vocês será esquecido. Muito do que disse será descartado pelo pensamento humano, ou distorcido pelos mitos humanos. Logo houve pânico e um clamor: “Como será isso?” Sorri e levantei as mãos: “Falo do que acontecerá em um futuro distante.

325. Enquanto isso sejam fiéis a tudo o que ensinei e não duvidem de nada do que eu disse.”

326. Chegou então a hora de ir ao Monte das Oliveiras, o lugar onde os soldados do Sumo Sacerdote iriam me buscar. Meus discípulos queriam ainda me fazer perguntas, porém eu tinha chegado ao fim do meu discurso para os homens.

********

Nota: Se quiser ler mais clique aqui

Se quiser baixar todas as cartas para ler no Word clique aqui

Se preferir pdf, clique aqui

Se desejar comprar o livro impresso, clique  aqui

 Meditação em Áudio

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário